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DTM e Enxaqueca: entenda quando a dor na face e na cabeça estão conectadas

A dor orofacial e a enxaqueca são queixas muito comuns nos consultórios odontológicos. Isso porque, muitas vezes, pacientes que sofrem com Disfunções Temporomandibulares (DTM) também apresentam crises frequentes de dor de cabeça.

Mas qual a ligação entre essas duas condições?

Estudos demostram que essa conexão tem base molecular, inflamatória e clínica, ajudando a explicar por que tantos pacientes convivem com as duas doenças ao mesmo tempo.

A DTM e como ela afeta a qualidade de vida

A DTM é um conjunto de alterações que comprometem a Articulação Temporomandibular (ATM), responsável por movimentos como mastigar, falar e bocejar – e os músculos da mastigação. Ela pode causar dor, dificuldade para abrir ou fechar a boca, estalos, travamentos e até sintomas à distância, como dor de cabeça, dor no ouvido, zumbido, pressão facial e até mesmo tontura.

Essa dor persistente e suas limitações impactam diretamente a qualidade de vida dos indivíduos. Muitos relatam noites mal dormidas, dificuldade de concentração, ansiedade e estresse, fatores que também podem agravar o quadro.

A prevalência da DTM na população geral varia de 5% a 12%, sendo mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos. O estresse, o bruxismo (ranger ou apertar os dentes), más posições dentárias e traumas estão entre os principais fatores desencadeantes.

A ligação entre DTM e enxaqueca

O elo entre DTM e enxaqueca envolve uma substância chamada CGRP (Peptídeo Relacionado ao Gene da Calcitonina), que participa dos processos de dor e inflamação.

  • Receptores de CGRP estão presentes em grande quantidade no sistema trigeminovascular, que conecta a face e o cérebro.
  • Lesões ou inflamações periféricas estimulam a produção de CGRP no gânglio trigeminal, liberando mediadores pró-inflamatórios.
  • Esse processo cria uma verdadeira “sopa inflamatória”, que excita todos os ramos do nervo trigêmeo, contribuindo tanto para crises de enxaqueca quanto para sintomas da DTM.

Os números impressionam:

  • 61,5% dos pacientes com DTM sofrem de dores de cabeça.
  • 59,4% dos pacientes com dor de cabeça apresentam DTM.
  • 40,2% dos pacientes com DTM têm enxaqueca.

Ou seja, a comorbidade é alta e o dentista tem papel fundamental na investigação desses casos!

Tratamento e cuidados

O tratamento da DTM varia conforme a gravidade e pode incluir:

  • Placas estabilizadoras
  • Ajustes oclusais
  • Medicamentos para controle da dor e relaxamento muscular
  • Acompanhamento multidisciplinar com dentista, fisioterapeuta, psicólogo e neurologista.

“Disfunções Temporomandibulares também apresentam crises frequentes de dor de cabeça, muitas delas tipo enxaqueca.  As duas doenças podem se apresentar em um mesmo paciente e uma condição agravar a outra. Reconhecer essa ligação ajuda a oferecer um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais eficaz”, destaca a Dra. Simone Prada, cirurgiã-dentista especialista em dor orofacial.

Quando procurar o dentista?

Muitas vezes os sinais da DTM podem ser confundidos com outros problemas, como enxaquecas ou dores de ouvido. Prestar atenção a esses sintomas é essencial para buscar ajuda especializada o quanto antes:

  • Dor na região da mandíbula, cabeça ou ouvido.
  • Estalos ou travamentos ao abrir e fechar a boca.
  • Dificuldade de mastigar alimentos.
  • Desgaste dentário excessivo.
  • Dores de cabeça frequentes, especialmente associadas à tensão facial.
  • Sensação de pressão, zumbido ou tontura.

Dicas práticas para prevenir crises

Alguns cuidados simples no dia a dia podem ajudar a reduzir a sobrecarga na articulação temporomandibular e prevenir crises dolorosas, tais como:

  1. Evite hábitos como roer unhas, mascar chiclete ou apertar os dentes.
  2. Pratique técnicas de relaxamento para reduzir o estresse.
  3. Faça alongamentos simples para a musculatura da face e do pescoço.
  4. Observe sinais como dor, estalos e limitação de movimento da mandíbula.

“A DTM é uma condição tratável, mas que exige atenção. Sua relação com a enxaqueca reforça a importância de um diagnóstico precoce e de um tratamento multidisciplinar. Cuidar das dores e desconfortos na sua articulação temporomandibular e músculos da face significa também cuidar da saúde geral e da qualidade de vida”, finaliza a dentista.

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