Nos últimos dois anos houve um crescimento significativo de casos de bruxismo. A pandemia do novo coronavírus, o isolamento social, as inúmeras incertezas durante esse período e as condições emocionais impostas pela crise sanitária foram algumas das principais causas para a maioria dos pacientes que procurou ajuda especializada.
No entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre o bruxismo, os tipos, sintomas e tratamentos. Neste artigo, vamos explicar tudo sobre o problema, que acomete pessoas de todas as idades, com a ajuda da Dra. Simone Prada, diretora da clínica Simone Prada Odontologia Integrada.
O que é o Bruxismo?
De acordo com a Academia Americana de Dor Orofacial, o bruxismo é como uma atividade muscular mastigatória repetitiva, caracterizada por apertar ou ranger os dentes e projetar a mandíbula.
Estudos indicam que aproximadamente 85% das pessoas apresentam ranger dos dentes em alguma fase da vida, independentemente de gênero ou hereditariedade. O bruxismo normalmente se inicia entre os dez e vinte anos de idade, com maior prevalência entre os 19 e 50 anos.
“Muitos pacientes não tem consciência deste hábito involuntário. O bruxismo pode aparecer de forma leve, sem causar grandes problemas. Mas, em sua configuração mais aguda, é capaz de provocar desordens nas articulações, dores de cabeça crônicas e nos ouvidos. Por isso, a consulta periódica ao dentista é extremamente importante”, destaca Simone Prada.
Tipos de Bruxismo
Também conhecido por briquismo, há dois tipos: o do sono e o de vigília. O bruxismo do sono acontece quando o indivíduo dorme, mais especificamente enquanto ocorrem os micros despertares gerados por dificuldades para dormir ou, em alguns casos, quando há alguma comorbidade como refluxo gastroesofágico e apneia do sono.
Já o bruxismo de vigília atinge as pessoas quando estão acordadas e é associado a fatores psicológicos. Segundo a Dra. Simone Prada, “a contração muscular sustentada dos músculos mastigatórios em vigília pode ser associada a um mecanismo de defesa ligado ao estresse, frustração, raiva e ansiedade, por exemplo”.
Causas e Sintomas
Como já destacamos, fatores psicológicos são desencadeadores do problema. Porém, o bruxismo também pode ocorrer devido a fatores genéticos, neurológicos ou respiratórios, como ronco e apneia do sono.
Há estudos que associam a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e o bruxismo, por exemplo. A AOS é uma patologia caracterizada por episódios repetitivos de obstrução das vias aéreas superiores, que ocorre durante o sono, normalmente relacionados à redução na saturação do oxigênio do sangue.
Além disso, também já se constatou que o consumo excessivo de cafeína, álcool, fumo e até mesmo o refluxo podem desencadear o bruxismo, tanto durante o dia quanto a noite. “O hábito de mordiscar lábios e bochechas ou até mesmo roer as unhas pode causar o bruxismo. Nas crianças há ainda outro fator desencadeante, como o crescimento e desenvolvimento das arcadas e dos dentes”, ressalta a dentista.
O bruxismo do sono é frequentemente observado em crianças e pode causar outros problemas. É muito mais do que o desgaste dentário, uma vez que é associado a dor orofacial, dores de cabeça e ouvido. “Por isso, é muito importante que os pais fiquem atentos aos filhos com menos de 10 anos de idade, pois pode trazer consequências como fraturas, desgastes e sensibilidade nos dentes. Apesar de não apresentar risco de vida, esta condição clínica pode influenciar na qualidade de vida e do sono das crianças nessa faixa etária”, enfatiza Dra. Simone Prada.
#DICA
Fique atento se:
- Os dentes estão desgastados, lascados ou soltos
- Você apresenta dor na mandíbula, na face ou nos ouvidos
- Outras pessoas informam que você faz ruídos enquanto dorme
- Sua mandíbula não abre e fecha completamente
- Range ou aperta os dentes involuntariamente
- Se o esmalte dental está desgastado, expondo camadas mais profundas do dente
- Se houver um aumento da sensibilidade dentária
- Caso tenha dor na face ou na mandíbula
- Se tiver dores de ouvido ou enxaquecas
Os tratamentos
Existem alguns tratamentos que podem ser indicados em casos de bruxismo, tanto em adultos como em crianças, mas sempre de acordo com o tipo e intensidade da patologia. Os focos principais são minimizar a dor, evitar danos permanentes aos dentes e reduzir o ranger ao máximo.
As placas interoclusais são uma excelente opção. Existem diversos tipos, tanto para os dentes superiores como inferiores. Elas servem para evitar o desgaste dental, proteger da ATM e minimizar a dor. As placas podem ser projetadas para manter a mandíbula em uma posição mais relaxada ou proporcionar alguma outra função.
Caso o bruxismo esteja associado à apneia e refluxo, antes do diagnóstico do dentista, em conjunto com uma equipe multidisciplinar, o ideal é uma placa de avanço mandibular para não piorar o caso.
Além do tratamento odontológico, a fisioterapia também pode auxiliar no progresso de alguns pacientes. Existem técnicas terapêuticas para o alívio da dor e a melhora do equilíbrio muscular, como a terapia manual, a liberação miofascial, os exercícios mandibulares de alongamento muscular e de coordenação neuromuscular, a correção postural e, também, orientações de autocuidado e exercícios domiciliares.
O bruxismo é uma condição séria e que precisa de acompanhamento odontológico especializado!
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